“Aquele que sorri ao invés de se enfurecer, será sempre o mais forte.”
Esta sabedoria ancestral nos lembra do poder do controle emocional. Muitas vezes, são nossas próprias crenças e vícios emocionais que nos impedem de alcançar nosso máximo potencial.
Entendendo Crenças Limitantes e Vícios Emocionais: O Que Realmente Te Segura?
Crenças funcionam como gatilhos autorrealizáveis em nosso cérebro. Composto por cerca de 90% de água, nosso cérebro consome aproximadamente 25% da energia total do corpo. As crenças surgem como atalhos mentais, otimizando o gasto energético e as reações químicas para determinadas decisões e situações.
Como as Crenças São Formadas em Nosso Cérebro?
Existem duas maneiras principais pelas quais as crenças se solidificam:
- Por Repetição: Ao repetir uma ideia, instrução ou comportamento consistentemente, o cérebro cria e fortalece um novo caminho neural para essa informação. Isso o ajuda a economizar energia no futuro.
- Por Forte Impacto Emocional: Eventos que geram uma carga emocional intensa, seja positiva ou negativa, podem criar crenças instantaneamente. Por exemplo, você provavelmente não se lembra onde estava em 11 de setembro de 2016, mas certamente recorda onde estava em 11 de setembro de 2001, por volta das 11h da manhã. Esse evento global gerou um forte impacto emocional em milhões.
Essas crenças, uma vez formadas, influenciam nossa comunicação e se manifestam em nossos comportamentos, sejam eles amistosos, grosseiros ou reativos.
Três Maneiras Poderosas de Reescrever Suas Crenças Negativas
Felizmente, é possível reescrever crenças limitantes. Aqui estão três abordagens eficazes:
- Repetição de uma Crença Fortalecedora (Inversa à Existente): Não é estritamente necessário identificar a crença negativa original, mas fazê-lo pode facilitar o processo. O objetivo é substituir o padrão antigo por um novo e positivo. Exemplos de transformação de crenças:
- Crença limitante: “Ricos são desonestos.” | Crença fortalecedora: “Pessoas ricas podem ser honestas, caridosas e gerar valor.”
- Crença limitante: “Dinheiro não dá em árvore.” | Crença fortalecedora: “Eu sou capaz de atrair e receber dinheiro em abundância, sempre em volume superior às minhas necessidades.”
- Crença limitante: “Eu sou muito velho(a) para isso.” | Crença fortalecedora: “Minha experiência de vida é um diferencial valioso para tudo o que eu desejar realizar.” A prática consiste em ler a nova crença positiva diariamente (pelo menos 3 vezes, idealmente em frente ao espelho) e escrevê-la de próprio punho em um caderno (pelo menos 50 vezes). Quanto maior a repetição, mais seriamente o cérebro registrará a nova instrução.
- Forte Impacto Emocional Positivo: Vivenciar um evento que gere uma emoção positiva intensa e equivalente à força da crença negativa pode promover uma mudança rápida. Treinamentos presenciais de inteligência emocional, por exemplo, frequentemente utilizam essa abordagem.
- Repetição de uma Nova Comunicação (Verbal e Não Verbal): Nossos processos internos seguem um ciclo: Pensamentos geram Sentimentos, que solidificam Crenças. Estas, através da nossa Comunicação (verbal e corporal), geram Resultados, que por sua vez reforçam os Pensamentos iniciais.
- Ao trabalhar a repetição da crença fortalecedora, você atua diretamente nos Pensamentos.
- Ao buscar o forte impacto emocional positivo, você atua nos Sentimentos.
- Ao mudar sua comunicação corporal e verbal, você atua diretamente na… Comunicação!
Autorresponsabilidade e o Poder da Comunicação na Superação de Vícios Emocionais
Eu considero a comunicação consciente (interna e externa) a base para corrigir crenças limitantes. Isso está intrinsecamente ligado à autorresponsabilidade: você é responsável por como reage a tudo que lhe acontece. Mesmo que não seja o culpado por um carro que bateu na sua traseira, está sob seu controle como você lidará com a situação – com raiva e agressividade, ou com sabedoria, focando na solução (coletar documentos, verificar a saúde dos envolvidos, acionar seguro, etc.).
Eventos passados não podem ser alterados, mas podemos gerenciar suas consequências a partir do momento presente. Assim como as crenças, existem os vícios emocionais: pessoas que, inconscientemente, buscam discussões para reviver sentimentos de punição da infância, ou se colocam em situações de vitimismo para se sentirem “coitadinhas” e exploradas.
Adotar a postura de “coitadinho” é o oposto da autorresponsabilidade. Mostrar força é assumir total responsabilidade pelas suas experiências e pela maneira como você lida com as consequências.
Passos Práticos para Lidar com Situações Difíceis e Quebrar Vícios Emocionais
A maneira mais eficaz de promover essa mudança é começar agora. Decida que, antes de reagir negativamente a uma situação desafiadora, você irá racionalizar e buscar a melhor solução possível.
Dois caminhos podem ajudar nesse processo:
- Perdoe-se: Se a situação foi gerada por um erro seu, peça perdão a si mesmo.
- Peça perdão à outra pessoa: Se necessário, estenda o perdão ao outro envolvido.
- Declare sua disposição para solucionar: Comunique sua intenção de resolver a questão da forma mais breve e construtiva possível.
Quando uma pessoa discute com palavras fortes, buscando “vencer” ou derrubar o outro, ela pode estar alimentando um vício emocional de ser agredida (toda ação gera uma reação). Xingar ou criticar alguém fornece munição para uma resposta ainda mais pesada, perpetuando um ciclo vicioso que, internamente, pode trazer uma estranha satisfação emocional. Esses vícios muitas vezes têm raízes em experiências da infância (0-8 anos) ou eventos posteriores que deixaram cicatrizes. É preciso força de vontade e autodisciplina para parar de alimentar esses padrões.
Uma tática poderosa: quando alguém o criticar, devolva um elogio sincero. Isso pode interromper o ciclo e deixar de alimentar o vício da crítica na outra pessoa.
Assim, cultivando o autocontrole, a comunicação positiva e a autorresponsabilidade, vivemos mais fortes e mais felizes.
#saiDaMedia